Era uma vez um jovem, bonito e indígena. No auge da beleza e vitalidade de seus quatorze anos, vivia em sua canoa, ajudando no transporte de quem precisava atravessar para as margens do rio que corria com força.

Esse jovem estava sempre a sorrir, adorava ouvir as histórias dos outros indígenas que pegavam carona em sua canoa e amava ajudar os outros. Era apaixonado pelos dias de sol que traziam a sua vista o esplendor da natureza, dos animais, dos pássaros, do verde das árvores, o colorido das flores e o azul poderoso do céu. Além do calor do sol, que queimava seu corpo de forma a lhe dar ainda mais força, gostava também dos dias de chuva, pois refrescava sua pele, trazia um cheiro agradável, diferente para o seu dia e botava a prova sua capacidade física, uma vez que tinha que lutar contra o rio que se tornava ainda mais forte.

Porém, com o passar do tempo, algo foi acontecendo de forma despercebida pelo jovem indígena.

Cada passageiro que pegava carona em sua canoa, deixava para ele uma lembrança como forma de agradecimento. Algumas dessas lembranças, eram agradáveis, pois lhe foram dadas com muito amor e outras, dadas como obrigação, não eram tão agradáveis assim.
O problema é que o menino não tirava as lembranças da canoa, guardava ali mesmo com ele, pois não queria se desfazer de nenhuma delas.

Assim, conforme os anos foram passando, o acúmulo de coisas e lembranças pesavam sua canoa, obrigando ele a fazer cada vez mais força para atravessar o rio. Com o tempo sua vitalidade física já não era a mesma e a canoa estava cada vez mais pesada, fazendo quem que ele perdesse a sua alegria e o amor pelo trabalho.
Reclamava, sofria com o peso que carregava. Odiava os dias de sol, quentes, reclamava dos dias de chuva, que prejudicavam ainda mais o correr da canoa. Era cada vez mais lento, mais devagar, cada vez mais triste. E a canoa cada vez mais pesada.

Um dia parou, desistiu de trabalhar. Olhou para o céu, cansado de remar e levar tamanho peso sobre as águas. Triste, desanimado, começou a chorar, estava com saudades… Saudades daquele menino repleto de vitalidade, força e alegria que um dia fora.

Estava com saudades dele mesmo, em sua versão mais feliz!

Até que, um velho Pajé parou ao seu lado e perguntou por que ele não estava mais atravessando o rio. O menino lhe contou que não estava mais suportando o peso de sua canoa, não dava mais conta. O Pajé então lhe disse: “Jogue tudo fora. Se livre daquilo que pra você não presta. Guarde apenas aquilo que lhe serve no coração. Fique leve, e volte a cruzar o rio com alegria e amor.”
Assim fez o rapaz, despejou o peso de tudo que carregava no rio e a canoa ficou leve novamente. Ele voltou a ter vida e alegria, voltou a se encontrar com o jovem que fora um dia, repleto de vitalidade.

Desta forma, você também deve fazer para seguir leve pelo rio da vida.

Despeje, jogue fora, todo o peso que carrega. Emoções passadas, lembranças inúteis, culpa, ressentimento, remorso, tudo isso só tem uma função: Te causar tamanho peso, que um dia você não suporta mais nada e apenas reclama das coisas, ficando triste e longe da criança feliz e repleta de vida que já foi um dia.

Desenvolva sua inteligência mental, emocional, física e espiritual, tire o peso de sua alma e de seu coração, e dê um lindo ponto de virada no filme da sua vida.
Faça isso, antes que o destino diga pra você….CORTA!!!!!